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Ortografia

A ortografia é a escrita correta de uma determinada língua. As dificuldades ortográficas são uma constante nas nossas escolas e não se devem só à disortografia (dificuldade na aprendizagem da escrita devendo-se sobretudo a atrasos de linguagem – 90% dos casos) mas também à desatenção, às exceções da língua, à não assimilação dos casos de leitura, à não correspondência única fonema-grafema, etc.

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Para tentar evitar alguns destes erros de escrita (ortografia) podem contar-se pequenas histórias que ajudam na memorização das regras. Aqui fica uma delas, sendo a leitura e interpretação da mesma, tal como o recontar da história, excelentes formas de consolidação das regras gramaticais, trabalhando-se simultaneamente a compreensão de material verbal escrito.
“Quero ser como o meu irmão”

Era uma vez uma mãe que teve dois filhos. O mais velho, o “s”, e o mais novo, o “c”. O “c” era um admirador incansável do seu irmão mais velho e passava os dias a chatear a mãe:
-“Eu quero chamar-me “s”, eu quero chamar-me “s”!
Ao que a mãe, já cansada do trabalho, respondia:
– “Filho, tu não te podes chamar “s”… seria era uma confusão cá em casa, eu chamava por um e respondia-me o outro! Além disso, depois quem é que se chamava “c” nos livros dos meninos? Como é que escrevíamos cão ou Carlos? Não, não pode ser”.
Mas o “c” continuava desgostoso. Achava que o irmão era mais fixe e ainda tinha ficado com o nome mais giro. Que azar o dele, iria fazer de tudo para ter o mesmo nome que o irmão. Assim, todos os dias quando a mãe chegava do trabalho era a mesma história “eu quero chamar-me “s””, gritava o “c” logo que a mãe entrava em casa.
Num dia de trovoada a mãe, cheia de dor de cabeça e farta da mesma cantiga e de ameaçar o filho mais novo que lhe dava umas boas palmadas e o punha de castigo se não parasse com aquela tolice, resolveu ceder um bocadinho.
-“Ok. Podes chamar-te “s” mas… só quando estiveres de mão dada com o “e” ou com o “i”. Aí sim, passas a ser “se” e “si” mas atenção, continuas a ser “ca”, “co” e “cu”.
O “c” ficou admirado com a permissão da mãe mas não totalmente contente. Então, logo que a mãe foi estender a roupa ele elaborou um plano. Foi à loja das letras, aquela que vendia tudo e mais alguma coisa, e comprou um “rabinho”, uma cedilha. Assim, sempre que a mãe não estava por perto ele punha o rabinho e ficava mascarado de “s”. Dava então a mão ao “a”, ao “o” e ao “u” e chamava-se sa, so e su (ça, ço e çu). Quando a mãe estava por perto tirava rapidamente o rabinho e voltava a chamar-se “ca”, “co” e “cu” e quando ela se afastava voltava a pô-lo. Junto do “e” e do “i” não precisava de se mascarar com a cedilha, já que a mãe tinha deixado, melhor assim, poupava esse dinheiro e continuava a juntar para uma bicicleta.
“A vida está-me mesmo a correr bem” pensava o “c”. Todavia, estava ele envolto nestas vitórias quando a mãe o chamou. Deu um salto e receou que a mãe, ao limpar o seu quarto, tivesse descoberto o rabinho que ele tinha escondido, mas não, o assunto era outro.
– “Estamos com um sério problema filho. Agora que tu te chamas “se” e “si” (ce e ci), quem é que se vai chamar “c” nos livros quando aparece um “e” ou um “i”? Temos de resolver esta questão” – disse a mãe preocupada.
Foi então que o “c” teve mais uma ideia brilhante que o salvou de se voltar a chamar “c” para sempre:
– “Vai o primo “q” que está gordo e desempregado trabalhar para os livros!
E lá foi a mãe telefonar ao primo gordo e mandrião que disse logo que não, que não ia mas, com jeitinho, a tia lá o convenceu com a condição de ele levar sempre o amigo “u” para lhe fazer companhia e de poder continuar a imitar patos como tanto gostava.
– “Podes levar o “u” mas ele tem de se portar bem e estar caladinho!
E é por isso que nós escrevemos “que” e “qui” e também “qua”, quando o “q” se põe a fazer vozes de patos, mas não as do pato Donald que essas são muito mais difíceis.

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