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Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) foi descrita pela primeira vez em 1947. Trata-se de uma perturbação do desenvolvimento de carácter neurobiológico, que se caracteriza por um défice de atenção, atividade motora excessiva e impulsividade inadequados à etapa desenvolvimental da criança.

Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção

A Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção (PHDA) foi descrita pela primeira vez em 1947. Trata-se de uma perturbação do desenvolvimento de carácter neurobiológico, que se caracteriza por um défice de atenção, atividade motora excessiva e impulsividade inadequados à etapa desenvolvimental da criança.

Consideram-se três tipos: PHDA tipo combinado (onde estão presentes a agitação psicomotora e o défice de atenção), PHDA tipo predominantemente desatento (no qual predomina o défice de atenção) e PHDA tipo predominantemente hiperativo (onde predominam a Hiperatividade e a Impulsividade).

É uma das perturbações mais comuns da infância e, geralmente, os sintomas manifestam-se antes dos 7 anos, interferindo significativamente no funcionamento da criança nos seus vários contextos de vida. Estima-se que a PHDA afete entre 3 a 7% das crianças em idade escolar, sendo mais comum em rapazes do que em raparigas.

O défice na atenção, a hiperatividade e/ou a impulsividade são sintomas reais da PHDA, e não fruto da “má-educação” ou da “malvadez” da criança.

A realização de um “simples” trabalho escolar, seja na escola ou em casa torna-se uma verdadeira “odisseia”, pois exige atenção continuada por um período de tempo relativamente longo e apela à estruturação e interiorização da aprendizagem; por outro lado, a resistência à distratibilidade é muito reduzida, pelo que o mínimo estímulo ambiental será suficiente para que a criança não termine a tarefa em que estava envolvida: o vento a abanar os ramos da árvore do jardim pode ser o suficiente para que se esqueça do que estava a fazer.

Muitas vezes, a agitação motora que estas crianças manifestam, como se “a pilha nunca mais acabasse”, resulta da sua incapacidade em concentrar-se numa atividade. Desta forma, as crianças com PHDA podem ser muito impulsivas: embora conheçam as possíveis consequências dos seus comportamentos, primeiro agem, e só depois pensam. Isto acontece porque, na PHDA, os processos psicológicos inerentes ao Sistema Executivo não funcionam adequadamente, verificando-se alterações ao nível da planificação e organização, auto-monitorização e avaliação, flexibilidade cognitiva, perseverança,….

Assim, as crianças não conseguem inibir o comportamento motor e linguístico nem autorregular o seu pensamento. É muito complicado para elas, por exemplo, manterem-se muito tempo sentadas ou quietas, sendo frequente levantarem-se e mexerem-se em ocasiões em que não o deveriam fazer – uma ida ao cinema, por exemplo, pode tornar-se complicada.

Cerca de 25% das crianças com PHDA apresentam dificuldades de aprendizagem, que resultam de problemas de ordem percetiva, ou de défices na forma como a informação é processada. O seu processo de aprendizagem pode ser afetado, então, não só pelo mau aproveitamento escolar, mas também pela desadequação do comportamento.

As crianças e adolescentes com PHDA podem desenvolver baixa autoestima, alterações de humor, ansiedade, comportamentos oposicionais, tiques,… entre outras comorbilidades, pelo que é fundamental intervencionar a criança e a família o mais precocemente possível.

Tipo de avaliações

A avaliação deve privilegiar informações recolhidas com criança e com os pais, e também com o(s) professor(es), de forma a determinar as áreas problemáticas em todos os contextos de vida da criança. Devem avaliar-se os domínios emocional e social da criança através de, por exemplo, escalas de auto-registo, e o domínio cognitivo, através da avaliação neuropsicológica, onde devem ser avaliadas a memória, a atenção, as funções executivas, entre outras.

Conselhos para professores

 Estabelecer um contrato comportamental e um programa de reforços;
 Evitar censuras e críticas;
 Estabelecer regras de organização;
 Sentar o aluno numa área sossegada, longe de janelas e perto de um “bom modelo”;
 Decompor trabalhos longos em partes mais pequenas, para que o aluno vislumbre o fim do trabalho;
 Atribuir uma tarefa de cada vez, para evitar sobrecarga de trabalho;
 Ignorar comportamentos inadequados menos relevantes, de forma a promover a sua extinção;
 Elogiar comportamentos positivos e trabalhos bem executados;
 Permitir que o aluno, por vezes, se levante quando estiver a trabalhar;
 Permitir pequenas “pausas” entre tarefas e/ou dar oportunidades de pausa nos trabalhos a realizar com a solicitação de, por exemplo, fazer um recado;
 Proporcionar tempo extra para a conclusão de tarefas;
 Procurar sinais de tensão e proporcionar incentivo ou reduzir a carga de trabalho, para aliviar a tensão e evitar explosões temperamentais;
 Anotar os trabalhos de casa a realizar;

Conselhos para pais

 Estabelecer um contrato comportamental e um programa de recompensas;
 Elogiar comportamentos positivos e trabalhos bem executados;
 Supervisionar o registo dos trabalhos de casa a realizar;
 Intensificar o contacto com a escola;
 Inteligência no exercício da autoridade em equipa, por ambos os pais;
 A retirada de privilégios de uma forma razoável é preferível aos castigos;
 Reservar tempo para falar com a criança, de forma a estimular a exteriorização de emoções e pensamentos ocorridos durante o dia, e de forma a promover a autorreflexão;

Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.

Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
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