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Sobredotação

A sobredotação tem sido, ao longo dos tempos, alvo de grande atenção e interesse. São muitas as ideias pré-concebidas acerca dos jovens e crianças sobredotadas que, de modo leigo, são vistos como tendo habilidades excecionais em todas as áreas, com capacidades de concentração e memorização acima da média.

Sobredotação

 

O que é a Sobredotação?

A sobredotação tem sido, ao longo dos tempos, alvo de grande atenção e interesse. São muitas as ideias pré-concebidas acerca dos jovens e crianças sobredotadas que, de modo leigo, são vistos como tendo habilidades excecionais em todas as áreas, com capacidades de concentração e memorização acima da média, o que se reflete nos seus resultados escolares, cujos resultados se destacam dos demais alunos.

Até aos anos 60, o conceito de sobredotação estava associado somente às habilidades cognitivas (QI), sendo o resultado nos testes de inteligência o principal indicador. Os indivíduos sobredotados seriam os que obtinham resultados significativamente acima da média, quando comparados com outros sujeitos da mesma faixa etária, com um QI igual ou superior a 140, o que representaria 1 a 2% da população.

Atualmente, estima-se que entre 3 a 5% das crianças são sobredotadas, apesar de a maioria não estar identificada. Este conceito redutor da sobredotação tem sido ultrapassado por um conceito mais abrangente, sobretudo por aquele apresentar limitações principalmente na avaliação às competências nas várias áreas de vida, ao papel da criatividade, persistência e concentração nas tarefas, bem como no que concerne aos aspetos culturais e linguísticos.

O conceito de sobredotação é mais abrangente e subjaz elevados níveis de competência nas áreas cognitiva, criativa, psicomotora e de liderança.

Características da criança/ jovem sobredotado

Embora não se possa falar num perfil homogéneo, as crianças e jovens sobredotados manifestam algumas características desde tenra idade. Nomeadamente, desde idades precoces, chamam à atenção pelo seu amplo vocabulário e pela forma como se expressam, pelo interesse e conhecimento que mostram acerca de determinados temas, entre outras.

Por outro lado, as suas competências e comportamentos, por serem diferentes dos seus colegas da mesma idade, podem ser alvo de preocupação. Podem ser alunos problemáticos, que não se ajustam às exigências do sistema educativo, com dificuldades ao nível do interesse, atenção, seguimento de regras e rendimento académico, o que poderá levar a diagnósticos falaciosos, como a Perturbação de Hiperatividade.

De uma maneira geral, os indivíduos sobredotados são vistos como confiantes das suas capacidades, são persistentes, revelam autonomia e independência e estabelecem relações sociais mais prudentes. No entanto, estas características não são adquiridas pois dependem das oportunidades educativas oferecidas pelo ambiente onde se inserem.

Deste modo, na avaliação destas crianças, há que ter em conta múltiplas áreas e dimensões, com recurso a diversos instrumentos e processos.

Eis algumas características que podem ser observadas em alunos sobredotados:

• Grande capacidade de memorização de informação e elevada capacidade de aprendizagem;
• Capacidade em manter a atenção nas tarefas;
• Grau elevado de persistência e motivação na resolução de problemas;
• Vocabulário e discurso desenvolvidos para a idade;
• Curiosidade, desejo de aprender e de questionar;
• Facilidade de abstração e de conceptualização, com grande capacidade em estabelecer relações entre causa e efeito;
• Criatividade e imaginação férteis;
• Sentido crítico aguçado;
• Elevado nível de energia;
• Comportamento de liderança e preferência pelo trabalho individual;
• Perfecionismo;
• Autonomia e independência;
• Habilidades e interesses diversificados.

Intervenção com crianças e jovens sobredotados

Os indivíduos sobredotados podem apresentar várias necessidades, ao nível emocional e intelectual, e a sua identificação é essencial. Infelizmente, muitas passam despercebidas e acabam por não serem exploradas todas as suas potencialidades.

Um ambiente familiar e escolar pouco estimulante são grandes entraves na vida da criança/ jovem sobredotado e pode trazer graves problemas na motivação e no equilíbrio emocional.

Assim, sugerem-se algumas estratégias para facilitar o desenvolvimento harmonioso da criança ou jovem sobredotado.

Estratégias para pais:

• Proporcionar um ambiente estimulante, para que a criança consiga identificar e desenvolver as suas habilidades;
• Evitar o excesso de atividades estruturadas e favorecer a proatividade;
• Evitar expetativas elevadas acerca do desempenho do filho, tendo sempre em conta que apesar das suas capacidades acima da média, também pode ter insucesso;
• Ajudar a lidar com possíveis situações de fracasso e as suas frustrações;
• Facilitar a socialização com os pares;
• Lidar com a criança de acordo com a sua faixa etária de desenvolvimento.

Estratégias para a escola:

• Criar um clima favorável à participação do aluno;
• Privilegiar atividades em que o aluno possa expandir a sua criatividade;
• Organizar atividades desafiantes que favoreçam a resolução de problemas, por exemplo, com materiais e situações diversas;
• Valorizar os sucessos do aluno;
• Flexibilizar o tempo atribuído para cada tarefa, dando tempo ao aluno para terminar, de forma a evitar a frustração;
• Ter expetativas adequadas e não esperar sempre que o aluno tenha sucesso, aceitando também os seus fracassos;
• Estimular as atividades em grupo, quer formal, quer informalmente, por exemplo, através do debate ou jogos de expressão dramática.

O psicólogo poderá também ter um papel importante na intervenção, cujos principais objetivos podem ser:

• Trabalhar em conjunto com a escola e com as famílias;
• Promover competências relacionais e sociais;
• Desenvolver a tolerância à frustração;
• Orientar a criança/jovem ao nível escolar e vocacional.

Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.

Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
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