Medos
Os medos fazem parte do desenvolvimento das crianças e, na maioria dos casos, são passageiros e previsíveis. Ainda assim, casos em que a criança tem fortes reações emocionais a um determinado estímulo e que interferem sua rotina diária, na sua aprendizagem ou na sua socialização, devem ser olhados com particular atenção.
Medos
O que é o medo?
O medo é uma sensação potenciada por um estímulo físico ou mental que o sujeito percebe como uma ameaça, que provoca um estado de alerta e, por vezes, de evitamento e fuga.
Ao contrário do que se possa pensar, o medo não é mau, é inato e adaptativo. É o medo que nos ajuda a tomar decisões sensatas e nos impede de colocar em situações perigosas, como por exemplo, saltar de uma ponte.
Ter medo é normal?
Os medos fazem parte do desenvolvimento das crianças e, na maioria dos casos, são passageiros e previsíveis. Ainda assim, casos em que a criança tem fortes reações emocionais a um determinado estímulo e que interferem sua rotina diária, na sua aprendizagem ou na sua socialização, devem ser olhados com particular atenção.
É importante estar atento a alguns sinais, especialmente nas crianças mais novas, que têm menos maturidade para identificar e verbalizar os seus sentimentos e emoções.
Os medos são normais nas diferentes fases do desenvolvimento e cada fase tem os seus medos característicos. Durante a primeira infância, os medos mais típicos são de movimentos repentinos, de sons altos, medo de estranhos, da separação do pai ou da mãe, de objetos grandes, de mudanças de ambiente, entre outros.
Dos 3 aos 6 anos, os medos mais comuns são o medo do escuro, de barulhos à noite, de animais, máscaras e disfarces, monstros e catástrofes naturais.
Entre os 7 e os 12 são prevalentes o medo da morte, que algo aconteça, muitas vezes baseado em algo que viu na televisão, de estar sozinho em casa, medo de ser rejeitado e de falhar.
A partir dos 12 anos, as crianças e jovens têm medo de não conseguir gerir as suas relações interpessoais, da perda de autoestima e do insucesso.
Como lidar com o medo das crianças?
Em primeiro lugar, é importante mostrar abertura para falar sobre os seus medos, sem ridicularizar nem ignorar a importância que pode ter para a criança. Apesar de existir boa intenção, evitar comentários como “Não sejas medricas!”, “Já és grande para ter medo disso!” ou assustá-la para a levar a ter comportamentos desejáveis, por exemplo, “Se não comes vou chamar o papão.”
Outra abordagem contraproducente será a exposição forçada da criança ao que a assusta e, por outro lado, evitar a todo o custo essas mesmas situações. Se, por exemplo, a criança tiver medo de cães, passar para o outro lado da rua para os evitar só irá reforçar a ideia de que os cães são perigosos e que devemos fugir deles para que não nos façam mal.
A abordagem mais correta será a de conversar sobre o assunto e proporcionar um ambiente seguro à criança, através das seguintes estratégias:
• Acalmar a criança e manter a calma sempre que a criança tenha medo;
• Promover situações em que a criança observe outras crianças a lidar com o objeto do seu medo. Por exemplo, caso a criança tenha medo de cães, observar outras crianças a brincar com os seus cães no parque infantil e explicar que nada de mal vai acontecer;
• Ensinar as crianças a avaliar o medo. Se a criança “visualizar” o medo, avaliando-o de 1 a 10, sendo 10 o mais intenso, pode ser capaz de “visualizar” o medo a descer de intensidade. Para crianças mais novas, pode-se ensinar a avaliar o medo utilizando o corpo, por exemplo, “até aos joelhos” como menos intenso, “até à barriga” mais intenso e “até à cabeça”, como medo com intensidade máxima;
• Ensinar estratégias de relaxamento. Por exemplo, através de algumas expressões positivas (“Eu sou capaz”, “Vai correr tudo bem”), através da visualização de situações agradáveis e relaxantes (estar na praia a ouvir o mar, “sentar” numa nuvem, voar como um pássaro, pensar na atividade que mais gosta de fazer, cantar uma música de que gosta) ou ensinar a respirar fundo (imaginar que está a encher um balão que está dentro da barriga e a esvaziar todo o ar desse balão, ou que vai soprar uma vela num bolo de aniversário com toda a força que conseguir).
Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.
Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
Clínica de Psicologia ITAD
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