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Perturbações da Ansiedade

A PAS (Perturbação da Ansiedade de Separação) pertence a um grupo de perturbações denominadas Perturbações da Ansiedade que afetam crianças e adolescentes e têm como principal característica a ansiedade sentida pelo paciente, que se expressa através de reações fisiológicas, cognitivas e comportamentais.

Perturbações da Ansiedade

A PAS (Perturbação da Ansiedade de Separação) pertence a um grupo de perturbações denominadas Perturbações da Ansiedade que afetam crianças e adolescentes e têm como principal caraterística a ansiedade sentida pelo paciente, que se expressa através de reações fisiológicas, cognitivas e comportamentais.

As reações fisiológicas são por exemplo a tensão e distúrbios do sono; as cognitivas envolvem todos os pensamentos, imagens, crenças e atribuições acerca de determinadas situações; as comportamentais envolvem as reações motoras como ação, fuga ou evitação.

MEDO E FOBIA

É importante diferenciar os termos medo e fobia que podem manifestar-se sob a forma de ansiedade.

O medo é emoção que surge como resposta imediata a uma situação de perigo eminente levando a uma reação de fuga ou “luta” perante a ameaça.

A fobia é um estado de medo acentuado, persistente, excessivo ou irracional, provocado pela presença ou antecipação de uma situação desagradável.

O medo, é uma emoção normal e essencial na vida do ser humano, sendo muito frequente durante a infância e a adolescência. É fundamental para o desenvolvimento da atenção, alertando o indivíduo para possíveis perigos e contribui para o desenvolvimento cognitivo e para a diferenciação das situações que representem reais ameaças daquelas que são mais inócuas.

Durante os primeiros anos o medo centra-se na separação dos cuidadores ou nos estranhos, enquanto que mais tarde, com a entrada na escola, passa a focar-se nesta e em todas as preocupações que ela acarreta, bem como na aceitação social, doença e morte. Regra geral as raparigas apresentam maior número de medos que os rapazes.

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO

Há que saber distinguir quando é que o medo é típico de um desenvolvimento normal e quando se deve a uma perturbação de ansiedade ou a uma fobia.

Para este efeito existem diversos critérios como a intensidade do medo (ansiedade excessiva que a criança sente em relação à separação do lar e das pessoas a quem está vinculada), a duração (só se pode diagnosticar se durar 4 ou mais semanas), a frequência (que é demasiada em casos de perturbação e não diminui mesmo que seja assegurado que não existe razão para tal), o conteúdo (pode focar-se em estímulos inofensivos), à adaptação do indivíduo às situações que lhe causam medo (as reações são espontâneas e fora do controlo voluntário), o tipo de manifestações do medo (em situações de fobia ou perturbações de ansiedade há uma reação de fuga ou evitação, enquanto que numa situação normal a criança ganha coragem e diminui a sua ansiedade com a exposição do estímulo/situação), a idade (ao contrário das preocupações normais da infância as patológicas não têm uma idade específica – ex.: adolescentes com medo do escuro), o grau de interferência com a criança e com o funcionamento da família (pode conduzir a alterações familiares, sociais e académicas).

A PAS ocorre subitamente, normalmente após uma mudança ou evento importante na vida do indivíduo ou em fases de transição do desenvolvimento, alturas em que há maior stress e responsabilidade, tendo início antes dos dezoito anos.

É mais frequente na idade pré-escolar e raro na adolescência. Se o início ocorrer antes dos seis anos deverá especificar-se que tem início precoce.

PERTURBAÇÃO DE ANSIEDADE DE SEPARAÇÃO

No desenvolvimento infantil o crescimento do amor entre o cuidador e a criança anda a par do medo de perda da pessoa amada.

São vários os fatores responsáveis pela maturação desta ansiedade de separação no período toddler (período durante o qual é suposto ser-se capaz de recordar a imagem do cuidador e de perceber que ele existe mesmo quando não está ao alcance da vista).

O conceito de ligação implica estruturas psicológicas que motivam a criança para manter a proximidade com aquela pessoa que é identificada como sendo a mais eficaz para a ligar ao mundo. Este comportamento de ligação organiza-se durante a segunda metade do primeiro ano de idade, embora esta componente exista desde o nascimento.

CARACTERÍSTICAS ASSOCIADAS

Existem sintomas físicos como palpitações, vertigens e desmaios, que apesar de raros nas crianças mais jovens, ocorrem nos adolescentes.

Algumas crianças com este distúrbio requerem atenção constante, queixando-se de que não são amadas ou que queriam morrer e são vistas como intrusivas, enquanto que outras são extremamente cordiais e desejosas de agradar os outros.

EVOLUÇÃO, COMPROMETIMENTO E COMPLICAÇÕES

Num período de vários anos existem normalmente fases de exacerbação e de remissão. Alguns casos de evitação de situações que obriguem à separação e outros de ansiedade de separação podem persistir por muitos anos.

Quanto ao comprometimento, as formas mais graves podem levar a uma incapacidade, uma vez que a criança não frequenta a escola nem consegue funcionar autonomamente em várias áreas.

Esta perturbação pode exigir diversos exames médicos, o que se torna cansativo para a criança.

ETIOLOGIA

Pouco é conhecido acerca das causas desta perturbação. Apesar de se saber que aumenta em casos de vinculação insegura, separações imprevisíveis e incontroláveis e por um temperamento vulnerável à ansiedade, não se sabe como é que cada uma destas variáveis influencia esta perturbação infantil.

Frequentemente há um stressor associado, como perda do cuidador ou doença quer deste quer da própria criança, ou mudança no seu contexto imediato. Estes fenómenos nunca agem de uma forma isolada, estando associados a grandes alterações na vida da criança.

Apesar disto, esta perturbação pode aparecer sem razão aparente em crianças normais.

TRATAMENTO

Existe pouca investigação acerca dos métodos de tratamento da PAS. Porém, poderá ser eficaz o treino dos pais e a terapia cognitivo-comportamental.

Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.

Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
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