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Perturbações do Espectro do Autismo

As perturbações do Espectro do Autismo são perturbações graves do desenvolvimento cerebral e que englobam perturbações como o Autismo, Asperger, Desintegrativa da Segunda Infância (APA, 2002).

Perturbações do Espectro do Autismo

Autismo

As perturbações do Espectro do Autismo são perturbações graves do desenvolvimento cerebral e que englobam perturbações como o Autismo, Asperger, Desintegrativa da Segunda Infância (APA, 2002).

Segundo estudo efectuado em Portugal, nomeadamente no Continente, a prevalência de crianças com PEA ronda os 9,2 num total de 10 000 crianças, sendo mais significativo no Sul e Centro, podendo dever-se a factores genéticos e ambientais (Oliveira, 2005).

De um modo geral, e analisando os vários estudos efectuados a nível clínico como epidemiológico, concluiu-se que a maioria das crianças afectadas pelo autismo são meninos. Ainda não está explicito o porquê desta tendência mas existem várias hipóteses associadas, como por exemplo, o facto de rapazes possuírem um nível inferior de disfunção cerebral do que as raparigas, ou por o autismo estar associado genéticamente ao cromossoma X, tornando os homens mais frágeis (Klin, 2006).

O diagnóstico do autismo ocorre acima dos 3 anos de idade e pode manifestar-se em pelo menos um dos seguintes domínios:
social, podem passar muito tempo sozinhas, isoladas;
comunicacional, a linguagem pode ser nula e quando respondem fazem muitas ecolalias (podem ser tardias ou imediatas); não responde a sons; evitam o contacto visual; não respondem ao chamamento do seu nome, etc.;
comportamental, têm comportamentos repetitivos como pular, bater palmas, ou comportamentos disruptivos como rigidez ou dificuldade em acatar uma determinada regra; obsessão por um determinado objeto; amontoa objetos ou coloca-os em linha; agressividade, hiperativo ou extremamente passivo, etc. (Lord, Rutter, DiLavore & Risi,2002).

Sugestões para Professores – contexto de sala de aula:

As crianças com autismo assim como outras crianças que possuam necessidades educativas especiais diversas, na maioria dos casos necessitam de adaptações curriculares assim como estratégias adequadas de trabalho. Neste sentido, sugere-se que para que haja uma maior comunicação e percepção, o professor deve (Khoury, Teixeira, Carreiro, Swchartzman, Ribeiro & Cantieri, 2014):

☺ Dar instruções claras, simples e diretas (por cada atividade);
☺ Usar estímulos visuais, como cartazes, desenhos, para explicar à criança a respetiva tarefa;
☺ Ensinar regras, instruções e formas de pedir ajuda;
☺ Estimular a autonomia e independência;
☺ Usar os reforços positivos.

Sugestões para Pais

A família é o pilar do desenvolvimento. Quando os pais recebem a notícia de que o filho tem autismo, isso cria uma instabilidade no seio familiar o que torna inevitável uma reorganização (Pereira, 2006). Independentemente de haver esse diagnóstico, não se pode esquecer que existe e existirá sempre um elo de ligação entre pais e filho, e é neste sentido e de forma a minimizar o dia-a-dia e o desgaste emocional que se seguem os seguintes conselhos (Garza, n.d):

☺ Viver um dia de cada vez, ser positivo;
☺ Procurar/ pedir apoio;
☺ Proporcionar ao filho um bom ambiente de aprendizagem e educacional, motivá-lo para desenvolver o máximo das suas capacidades;
☺ Não descurar as necessidades e sentimentos do restante núcleo familiar;
☺ Permitir a si mesmo tempo para ficar triste, enfurecer, frustrar-se;
☺ Não tentar ser uma Super-Mãe nem um Super-Pai, 24 horas por dia;
☺ Dar valor ao que tem de bom na vida e não perder o sentido de humor.

Bibliografia
American Psychiatric Association (2002). DSM-IV-TR, Manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais. Lisboa: Climepsi Editores.
Khoury, L., Teixeira, M., Carreiro, L.,Swchartzman, J., Ribeiro, A. & Cantieri, C. (2014). Manejo comportamental de crianças com Transtornos do Espectro do Autismo em condição de inclusão escolar. São Paulo: Memnon
Garza, J. (n.d). Autismo – Manual Avanzado para Padres. Colombia: Psicom Editores.
Klin, A. (2006). Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, 28 (1), 3-11.
Lord, C., Rutter, M., DiLavore, P.C., & Risi, S. (2002). Autism Diagnostic Observation Schedule. Los Angeles, CA: Western Psychological Services, p. 15.
Oliveira, G. (2005). Epidemiologia do autismo em Portugal: Um estudo de prevalência da perturbação do espectro do autismo e caracterização de uma amostra populacional de idade escolar. Tese de Doutoramento. Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. Edição da autora.
Pereira, M. (2006). Autismo – A família e a escola face ao autismo. Vila Nova de Gaia: Colecção Biblioteca do Professor. Edições Gailivro.

Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.

Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
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