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Consciência Fonológica

A consciência fonológica é a habilidade metalinguística que envolve a aptidão de refletir sobre a estrutura fonológica da linguagem oral, isto é, a capacidade de identificar, manipular e segmentar as palavras em sílabas e fonemas.

Consciência Fonológica

O seu desenvolvimento
O desenvolvimento fonológico é parte integrante do desenvolvimento da linguagem na criança e envolve a capacidade de discriminar os sons da fala e dos produzir de forma inteligível, tratando-se de uma capacidade inata na criança desde o seu nascimento, através das suas reações a variações acústicas relacionadas com a voz. A produção dos sons da fala inicia-se com o choro e evolui, de forma gradual, até à capacidade de articular corretamente todos os sons da língua materna. É entre os 3A 6M e os 6A que se encontra o marco para o desenvolvimento da consciência fonológica, ao qual a criança manifesta gosto por rimas, produzindo e identificando palavras que rimam.
Assim, é a consciência fonológica uma competência que permite afirmar que uma criança com 6A demonstra sensibilidade em relação à estrutura fonológica que é desenvolvida ao longo da idade pré-escolar quando declara que as palavras “cão” e “pão” rimam, que as palavras “cama” e “cadeira” têm em comum a sílaba inicial, que a palavra “caracol” tem mais sílabas do que a palavra “mosca” ou ainda, que as palavras “foca” e “figo” começam com o mesmo fonema, por exemplo.

Tipos de Consciência Fonológica
A consciência fonológica subdivide-se em três tipos:
a) ao isolar sílabas, a criança revela consciência silábica (p. ex: pra.tos)
b) ao isolar unidades dentro da sílaba, a criança revela consciência intrassilábica (p. ex: pr.a.t.os)
c) ao isolar sons da fala, a criança revela consciência fonémica (p.ex: p.r.a.t.o.s)
Estes três tipos em que subdivide-se a consciência fonológica são importantes para um conhecimento a reter no que concerne ao desenvolvimento da consciência fonológica, que constituem uma ferramenta essencial no processo da aprendizagem da leitura e da escrita.

A Consciência Fonológica e a Aprendizagem da Leitura e da Escrita
Um bom domínio da linguagem oral constitui uma das bases mais importantes para a aprendizagem da leitura e da escrita. Por conseguinte, a consciência fonológica está diretamente relaciona com o desempenho das crianças em idade escolar, no desenvolvimento das aprendizagens da leitura e da escrita.
Para se aprender a ler num dado sistema de escrita é necessário ser capaz de pensar na fala e tomar consciência de que ela é composta por unidades que representam um código escrito. O código da escrita do Português assenta na correspondência entre fonemas (sons) e grafemas (letras) revelando-se está determinante para o sucesso da aprendizagem da leitura e da escrita. Contudo, o sistema de escrita não corresponde a uma representação linear da fala, em que algumas crianças encontram dificuldades, ou
seja, uma criança que manifeste dificuldades na análise das unidades sonoras das palavras faladas, manifestará também dificuldades na correspondência grafema/fonema. Na medida em que a consciência fonológica é considerada uma competência essencial à compreensão do princípio alfabético, a existência de uma relação entre as dificuldades de aquisição da leitura e da escrita e um reduzido desenvolvimento das pré-competências, sendo uma dessas a consciência fonológica, no momento da entrada para a escola, será um preditor de risco nas dificuldades de aprendizagem da leitura e escrita.
Assim sendo, recomenda-se que pais, cuidadores, educadores de infância e profissionais que acompanham a criança estejam sensíveis para um conjunto de sinais de alerta na criança, a fim de que o encaminhamento e a atuação por parte do Terapeuta da Fala surjam precocemente.

Quando procurar o Terapeuta da Fala – sinais de alerta

Idade Pré-Escolar:
– fala tardia;
– vocabulário pobre para a idade;
– dificuldades em acompanhar canções, rimas e lengalengas.

Idade Escolar:
– dificuldades em discriminar os sons (criança ouve “vaca” e “faca” e não
identifica diferenças, p. ex.);
– dificuldades em segmentar as palavras em sílabas e fonemas;
– dificuldades em associar a letra ou som (a letra lê-se “éfe”, p. ex.) ;
– dificuldades na leitura de sílabas e palavras, sobretudo novas e complexas;
– dificuldades em aprender o alfabeto português;
– dificuldades na escritas realizando erros de escrita.

A intervenção do Terapeuta da Fala
O papel do Terapeuta da Fala aponta para a importância do treino de tarefas que permitem o acesso à consciência fonológica como estratégia de prevenção a adotar tendo em vista a redução das dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita.

Drª Ana Catarina Canha
Terapeuta da Fala
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa ITAD
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1150-011 Lisboa – Portugal
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