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Deficiência Mental

A deficiência mental refere-se a um funcionamento intelectual geral significativamente inferior à média, surgindo durante o período de desenvolvimento e associado a um défice no comportamento adaptativo.

O que é a Deficiência Mental?

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a deficiência mental é uma interrupção ou desenvolvimento incompleto do funcionamento mental, havendo alteração das faculdades que determinam o nível global de inteligência (funções cognitivas, linguagem, motricidade e capacidades sociais).
As crianças com deficiência mental apresentam um atraso no desenvolvimento motor, linguístico, cognitivo e das capacidades sociais.

Quais as causas?
A deficiência mental tem causas múltiplas e em grande parte desconhecidas, podendo ser distinguidas por:
– Causas genéticas, englobam as alterações cromossómicas;
– Causas gametopáticas, englobam as alterações nos gâmetas (espermatozoides e óvulos);
– Causas cerebropáticas, que podem ser pré-natais (intoxicações durante o desenvolvimento do feto), peri-natais (traumatismos obstétricos e anoxias) ou pós-natais (traumatismos nos primeiros meses de desenvolvimento infantil, infeções, intoxicações);
– Causas ambientais, englobam ambientes onde não existe contato social (orfanatos, isolamento) e as deficiências nutricionais prolongadas.

Classificação da Deficiência Mental:
> Deficiência Mental Ligeira (QI 69-50):
– Aptos a nível social e com comunicação eficiente;
– São capazes de frequentar o 1º ciclo;
– A linguagem apresenta alterações morfossintáticas e perturbações articulatórias;
– Dificuldades na motricidade fina e na execução de movimentos dissociados;
– Conseguem realizar atividades rotineiras.

> Deficiência Mental Moderada (QI 49-35):
– Défice intelectual acentuado;
– Linguagem com alterações a todos os níveis;
– Precisam de apoio para aprender e podem ter dificuldades de integração social (adolescência).

> Deficiência Mental Severa (QI 34-20):
– Grandes dificuldades de comunicação;
– Linguagem muito rudimentar.

> Deficiência Mental Profunda (QI <20):
– Grandes dificuldades sensoriomotoras;
– Necessita de assistência constante.

> Borderline (QI 84-70):
– Não é deficiência mental, mas aproxima-se da DM ligeira;
– Dificuldades de abstração;
– Redução do comportamento adaptativo;
– Reações lentas, limitadas e pobres;
– Comportamento irregular e instável;
– Precisa de acompanhamento.

Características das crianças com deficiência mental:
– Atraso no desenvolvimento em geral;
– Sem identidade do corpo no espaço;
– Dificuldades no mundo social;
– Disfonias;
– Disfluências;
– Linguagem estilo telegráfico;
– Dificuldades de aprendizagem e atenção (práxicas, articulatórias e percetivas).

Caraterísticas do período Pré-linguístico:
– Choro com pouca entoação, monótono, não surgindo associado a situações específicas de fome, sono;
– Atraso nas primeiras interações sociais;
– Pobreza de mímica facial;
– Grito como principal forma de comunicação;
– Palrar pobre e não pegam a vez;
– Tardam a reagir ao nome.

Características da linguagem das crianças com deficiência mental:
O desenvolvimento da linguagem é complexo, e depende de certa forma do desenvolvimento de habilidades cognitivas e sócio-adaptativas. As crianças que são lentas em todas as fases do desenvolvimento, também são lentas na aquisição de habilidades da linguagem. Sendo assim estas crianças apresentam um atraso no desenvolvimento da linguagem e utilizam formas de linguagem semelhantes às das crianças em faixas etárias anteriores.

Relativamente às áreas da linguagem as crianças com deficiência mental apresentam:
– Alterações fonológicas: Omissão do fonema final, distorção e substituição de fonemas e simplificação de grupos consonânticos;
– Alterações semânticas: aquisição tardia da 1ª palavra;
– Alterações pragmáticas: respostas curtas e desadequadas, dificuldades narrativas, dificuldade em compreender o sentido figurado, dificuldade em manter o tópico da conversa e dificuldade em iniciar a comunicação.

Qual a prevalência?
Da década de 80 à de 90 diminuiu a taxa de prevalência da deficiência mental, como consequência das melhorias nas condições sócias e na saúde.

Avaliação:
A avaliação das crianças com deficiência mental tem como objetivo obter informações para estabelecer um programa de intervenção, com vista a melhorar a linguagem e comunicação e as capacidades de adaptação. O Terapeuta da Fala avalia a Fala, a Motricidade Orofacial e as várias áreas da Linguagem.

Intervenção:
A intervenção do terapeuta da fala com as crianças portadoras de deficiência mental baseia-se nas dificuldades linguísticas que cada criança apresenta. Esta intervenção tem objetivo de promover as competências comunicativas através de situações do mundo real e de cenários familiares, trabalhando o concreto e depois o abstrato.
A terapia com estímulos abundantes e reforço constante é fundamental para tornar a comunicação mais satisfatória.

Estratégias para pais e professores:
– É importante proporcionar situações favoráveis ao diálogo;
– Ter um ambiente estimulante e rico em experiencias;
– Devem existir trocas verbais e não verbais, ouvindo os outros a falar e tendo oportunidades para repetir ou imitar palavras e pequenas frases que ouvem;
– Encoraje a criança a escutar os sons que ouve em casa, na rua, na escola e pergunte que ruido ouviu;
– Enriqueça pouco a pouco o vocabulário da criança, nomeando os objetos, comida, frutas, brinquedos frequentemente;
– Forneça sempre o modelo correto;
– Faça jogos de imitação nos quais a criança tenha que repetir um som ou uma palavra;
– Desenvolva respostas verbais “sim” e “não”.

Drª Sónia Rosado
Terapeuta da Fala
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa ITAD
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1150-011 Lisboa – Portugal
211 371 412 – 961 429 911