Autoestima
O que é a autoestima?
A autoestima é a avaliação que cada um faz sobre si mesmo, de acordo com a perceção das suas qualidades, desempenhos, virtudes ou valor moral e está pejada de conotações emotivas, afetivas e avaliativas.
A avaliação de cada indivíduo acerca de si pode ser positiva ou negativa, conforme as experiências de vida com que se enfrenta nas áreas emocional, académica, familiar ou social. Isto significa que à medida que o indivíduo experiência diferentes situações no seu quotidiano, tende a fazer uma avaliação do seu desempenho e é o resultado dessa avaliação que determina o grau de satisfação do indivíduo consigo mesmo, a eficácia do seu próprio funcionamento e a atitude de aprovação que sente relativamente a si próprio. A perceção de si vai influenciar as respostas às várias situações do quotidiano, logo, a autoestima assume-se como um importante preditor do comportamento, das motivações e das atitudes.
Na infância e na adolescência, a autoestima assume um papel de extrema importância pois funciona como filtro. Uma autoestima saudável poderá ser um importante fator no sentido de potenciar o sucesso e prevenir problemas futuros. Neste sentido, o papel dos pais e de outros educadores é importante para a formação da autoestima, nomeadamente através das expetativas, castigo, aprovação ou reprovação e recompensas.
Quais as características associadas a uma baixa autoestima?
Geralmente, uma autoestima saudável está associada ao bem-estar, à estabilidade emocional, atividade, curiosidade, segurança, colaboração, pensamento flexível, sentido de humor e bom rendimento escolar. Por outro lado, uma baixa autoestima relaciona-se com altos níveis de ansiedade, insegurança, pouca estabilidade emocional, falta de apetite, insónia, solidão, hipersensibilidade à crítica, passividade, competitividade e baixo rendimento escolar.
Um aluno com baixa autoestima tem uma imagem distorcida de si mesmo, com muitos defeitos e negligenciando as suas qualidades. Foca-se mais nas suas fraquezas do que nas suas potencialidades e tende a centrar-se mais nos aspetos negativos das situações. Isso traz um sentimento de insatisfação constante perante o seu desempenho nas situações com que se enfrenta.
Na sua relação com os outros, a criança ou jovem, pode ser muito sensível à crítica e mostra uma constante necessidade de agradar. Por isso, pretende sempre passar a melhor imagem possível aos outros. A sua postura para com os outros é predominantemente passiva,defensiva e evitante perante situações que possam provocar ansiedade, como por exemplo, participar nas aulas ou sugerir uma ideia. Além disso, depende bastante da opinião dos outros para a tomada de decisões, por ter medo de se enganar. Tende a omitir as suas opiniões por considerar que não são relevantes ou por receito da reação dos outros. Contudo, por vezes, pode ser bastante agressivo na forma como comunica.
Como promover a autoestima?
A autoestima da criança está intimamente relacionada com a forma como estabelece as suas relações, ou seja, com a forma como é aceite pelos outros. Pequenos comportamentos e atitudes podem ser determinantes na construção ou destruição de uma autoestima saudável.
Seguem-se algumas sugestões úteis que podem ser postas em prática por pais e professores:
• Aceitar a criança e as suas características individuais, tendo o cuidado de corrigir os seus comportamentos menos adequados sem pôr em causa a sua personalidade. Por exemplo, evitar dizer “Portas-te sempre mal!” aquando de um comportamento desadequado. Pode-se dizer, por exemplo, “Estás zangado mas é melhor falar sobre isso do que bater e gritar.” Este tipo de atitude faz com a criança perceba quais os seus sentimentos e consiga ter um melhor autocontrolo.
• Demonstrar afeto, através de gestos e palavras;
• Elogiar a criança sempre que se justifique, ou seja, sempre que demonstrar valores atitudes e comportamentos positivos, tais como o esforço, a ajuda ao outro, a amizade, entre outros. O elogio deve ser verdadeiro e justificado. No caso de insucesso, salientar o esforço da criança. Evitar dizer “ Não ganhaste o jogo mas para a próxima vais jogar melhor e conseguir”. Em vez disso, pode-se dizer “Não ganhaste o jogo mas estou muito orgulhoso(a) do teu esforço.”
• Ter consciência de que é um modelo para a criança ou jovem. Por exemplo, se é demasiado crítico e negativo, essas atitudes e comportamentos, podem ser “absorvidos” e reproduzidos pela criança/ jovem.
• Promover um ambiente seguro, em casa e na escola, através do diálogo e da afetividade. Em casa, evitar discussões em frente à criança, que podem ser nefastas, induzindo sentimento de tristeza e ansiedade. Na escola, estar atento a possíveis situações de rejeição ou mesmo de agressão por parte dos colegas e a outros problemas relacionados com a aprendizagem.
• Incentivar a autonomia e a resolução de problemas. Levar as crianças e refletir acerca dos seus problemas e das soluções, analisando as suas consequências positivas e negativas, tendo sempre em conta a idade e o nível de desenvolvimento da criança ou jovem.
• Promover a cooperação através de experiências positivas, por exemplo, voluntariado na comunidade ou na escola.
Dtra Raquel Baia
Psicóloga em Lisboa do ITAD
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa ITAD
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