Obesidade Infantil
A obesidade infantil tem vindo a tornar-se um problema de saúde pública, cada vez mais preocupante e necessitado de prevenção e intervenção.
Obesidade Infantil
No período decorrido entre 2003 e 2008 acentuaram-se os desequilíbrios da dieta alimentar portuguesa, devido ao excesso de calorias e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos, hortícolas e leguminosas secas e recurso excessivo aos grupos alimentares de “Carne, pescado, ovos” e de “Óleos e gorduras”.
O 4º Inquérito Nacional de Saúde indicou que, em 2005/2006, 51% da população residente com mais de 18 anos tinha excesso de peso e obesidade.
Se este já é um problema suficientemente grave, a obesidade infantil torna-se bastante mais complicada porque é a saúde de gerações futuras, que fica seriamente ameaçada.
A obesidade Infantil em Portugal
A compreensão acerca das situações de obesidade infantil é importante, devendo considerar-se uma multiplicidade de factores (genéticos, ambientais, educacionais) e perceber os que mais influem neste processo.
Portugal encontra-se numa péssima posição, em termos europeus, porque mais de metade da população tem excesso de peso e existe maior prevalência de obesidade infantil, com 30% das crianças a apresentarem sobrepeso e mais de 10% a serem obesas.
As circunstâncias directas que favorecem enormemente o crescimento da obesidade infantil são a mudança de hábitos alimentares (menor consumo de sopa, frutos, hortaliças e legumes e menos cereais completos); maior consumo de produtos de reduzido valor nutricional mas de elevada densidade calórica e maior nível de inactividade física (as crianças não praticam exercício físico, ficando incontáveis horas a ver televisão ou a jogar no computador ou tablet). As condições que, indirectamente influenciarão o fenómeno da obesidade infantil, passam por políticas sociais e económicas, relacionadas com agricultura, marketing e educação.
Como já se percebeu, é urgente criar uma acção concertada, em que a intervenção precisa de ser desenvolvida em várias vertentes: na família e na escola (promoção e preparação de educação alimentar e de refeições saudáveis); ambiente local (intervenção social na informação e promoção de hábitos alimentares adequados e de prática de actividade física); serviços de saúde (identificar, encaminhar e cuidar de sujeitos com excesso de peso e obesidade); locais de trabalho (desenvolver projectos nos vários locais de trabalho que melhorem as opções alimentares); sector alimentar (criar cooperação entre a restauração, a hotelaria e a indústria alimentar para aumentar a distribuição de alimentos saudáveis) e por fim, haver uma monitorização da aplicação dessas estratégias.
Consequências da Obesidade Infantil – Sofrimento psicológico da criança obesa
As primeiras perturbações emocionais poderão surgir no Primeiro Ciclo, surgindo o estereótipo de “gordo”. As crianças poderão ser alvo de críticas e apelidos depreciativos por parte dos colegas de escola, sentindo-se discriminadas. Isto conduz a atitudes de sobrevivência ou isolamento, que por sua vez diminuem a auto-estima e leva a episódios de depressão infantil e ansiedade. A dificuldade em aceitar o seu próprio corpo pode fazer com que a criança tente escondê-lo, evitando actividades físicas. Poderá criar-se, deste modo, um ciclo vicioso: menos actividade, aumento de peso, aumento da ansiedade e insegurança nas relações com os outros, o que pode estimular o desejo de comer ainda mais para compensar o desconforto.
Conselhos aos Pais
• Não use a comida como prémio;
• Elogie o bom comportamento do seu filho;
• Transforme as horas de refeição em momentos de convívio familiar, em que uma refeição é tomada em família;
• Às refeições estabeleça adequados limites e regras, conforme a idade;
• Dê o exemplo, no início de cada refeição incentive o consumo de sopa;
• Prepare os pratos e leve-os para a mesa;
• Não prolongue a refeição por tempo indeterminado;
• Remova as tentações da despensa. Não compre guloseimas, refrigerantes e batatas fritas;
• Estipule um dia por semana para a ingestão de gulodices e “fast food”;
• Se o seu filho come muito depressa, mastigando mal os alimentos, incentive-o a comer com o garfo e a faca de sobremesa e diga-lhe para contar até 20 ou 25 enquanto mastiga;
• Planeie, antecipadamente, com o seu filho o lanche escolar;
• Normalmente as crianças rejeitam alimentos que desconhecem. Por isso, a introdução de alimentos novos deve ser feita de forma calma e gradual, explorando as suas cores por exemplo;
• O ideal é uma criança comer cinco vezes por dia com intervalos de três horas e meia;
• A alimentação diária da criança deve incluir sopa de legumes (ao almoço e ao jantar), vegetais, peixe, três peças de fruta e cerca de meio litro de leite ou substitutos;
• O intervalo entre as refeições pode ser preenchido com diferentes tipos de lanches saudáveis, como por exemplo: um iogurte líquido, uma maçã e metade de um pão escuro com queijo flamengo ou meia colher de sopa de compota;
• Participe com o seu filho em actividades ao ar livre e incentive o seu filho a escolher e a praticar uma actividade desportiva do seu agrado.
Dra. Tânia Godinho
Psicóloga em Lisboa do ITAD
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa ITAD
Av. Almirante Reis nº59 1ºEsq 1150-011 Lisboa – Portugal
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