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Pica

O alimento na vida de um bebé, além de satisfazer uma necessidade física, também satisfaz a sua necessidade emocional. Nem sempre o ato de alimentar o bebé é pacífico e acolhedor, quer para ele quer para a mãe e ambos acabam por sofrer, podendo ocorrer perturbações alimentares precoces.

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Pica ITAD

Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado com a alimentação, que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.

A Pica, também conhecida como alotriofagia, é uma rara condição dos seres humanos, caracterizando-se por um apetite por substâncias não nutritivas, como terra, carvão ou tecidos. O termo “Pica” vem da palavra em latim para o pássaro pega-rabuda, um pássaro conhecido por comer praticamente tudo.

A característica essencial da Pica é a ingestão de uma ou mais substâncias não nutritivas, não alimentares, de forma persistente durante um período mínimo de um mês. As substâncias típicas ingeridas tendem a variar com a idade, podendo incluir papel, sabão, tecido, cabelo, fios, terra, giz, talco, tinta, cola, metal, pedras, carvão vegetal ou mineral, cinzas, detergente ou gelo. É preciso para o diagnóstico que a ingestão de substâncias não alimentares seja inapropriada ao estádio de desenvolvimento, não seja uma prática cultural, haja a idade mínima de dois anos, podendo estar associada a outras perturbações.

Critérios Diagnósticos segundo o DSM-V
A. Ingestão persistente de substâncias não nutritivas, não alimentares, durante um período mínimo de um mês.
B. A ingestão de substâncias não nutritivas, não alimentares, é inapropriada ao estágio de desenvolvimento do indivíduo.
C. O comportamento alimentar não faz parte de uma prática culturalmente aceita.
D. Se o comportamento alimentar ocorrer no contexto de outro transtorno mental (por exemplo deficiência intelectual, transtorno do espectro autista, esquizofrenia) ou condição médica (incluindo gestação), é suficientemente grave a ponto de necessitar de atenção clínica adicional.

Desenvolvimento da Pica
Inicialmente, a Pica pode ocorrer na infância, na adolescência ou na idade adulta, embora seja mais frequente na infância.

O transtorno pode ocorrer em crianças com desenvolvimento normal noutras áreas, enquanto nos adultos surgir no contexto de deficiência intelectual ou outros transtornos mentais. A duração desta perturbação pode ser grande e resultar em sérios problemas de saúde, como por exemplo obstrução intestinal, perda de peso ou intoxicação. Não existe nenhum teste ou exame que determine esta patologia, embora tenham surgido casos de deficiências em vitaminas e minerais. No entanto não surgiu uma relação forte entre a falta destes nutrientes e a presença da perturbação.

Um fator de risco para o desenvolvimento da pica prende-se com fatores ambientais, com a presença de negligência e de atraso de desenvolvimento.

Esta perturbação pode ainda ocorrer em ambos os sexos, comprometendo essencialmente o funcionamento físico. Para além disso, na grande maioria dos casos, a Pica surge associada a outros transtornos, igualmente graves, como é o caso de perturbações do foro intelectual, perturbação obsessivo-compulsiva, esquizofrenia ou outras perturbações do foro alimentar.

Tratamento da Pica
O tratamento desta perturbação deve começar por um acompanhamento médico, no sentido de despistar eventuais problemas nutricionais ou de carências vitamínicas.

Se a Pica fizer parte de um quadro de problemas de desenvolvimento ou de outros problemas alimentares, a medicação poderá igualmente ser uma ajuda.

Em termos de acompanhamento psicológico, é preciso intervir não só nos comportamentos alimentares disfuncionais, como também no ambiente que envolve o sujeito com Pica e na educação familiar.

Uma das formas possíveis de terapia consiste no condicionamento, em que o comportamento de Pica é associado a consequências negativas, enquanto que os bons hábitos alimentos são sempre alvo de recompensas.

O sucesso da terapia é variável, porque em alguns casos a perturbação desaparece por si, noutros continua presente até à adultez.

Dr. Sérgio Pereira
Psicólogo do ITAD
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa ITAD
Psicologia e Terapeuta da Fala no ITAD em Lisboa
Terapia da Fala e Psicólogo na Clínica do Itad em Lisboa
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