Chantagem dos Jovens
A chantagem dos jovens é determinada pelo desejo de ter alguma coisa de outra pessoa em troca de outra, usando para isso ameaças ou outros meios, obrigando o outro a ceder.
Chantagem dos Jovens
No caso dos jovens, a chantagem intensifica-se quando atingem a adolescência, altura em que o sentimento de poder e controle sobre os outros cresce. À medida que o jovem vai exigindo cada vez mais coisas em troca de favores que os pais lhes peçam, a chantagem vai aumentando e os meios para o conseguirem também se agravam. Quanto mais difícil for para eles conseguirem o que querem, mais pressão colocam na chantagem, ou seja, ameaçam com ideias que supostamente vão incomodar e preocupar bastante os pais.
Porquê a chantagem?
O facto de um adulto ceder ao jovem, acaba por perpetuar a própria chantagem e a sua presença. É uma estratégia que é utilizada porque conseguem quase tudo sem quase esforço nenhum. Ou seja, quanto mais sucesso e eficaz for a chantagem, mais será utilizada. Educar um jovem com base no princípio “toma lá o que queres”, pode parecer contraditório, mas é a linha que conduzirá ao pensamento “não tenho de ter obrigações porque dão-me tudo o que quero”. Acaba por ser um recurso donde se tira uma vantagem.
O que fazer para pôr fim à chantagem?
Uma criança que usa este mecanismo e tem esta conduta há vários anos acaba por se habituar e identificar-se com ela, logo, será muito mais difícil de a desabituar dessas estratégias. No entanto, não é a criança que deveremos querer mudar mas sim o comportamento dos pais. É importante que um adulto que sabe que cede facilmente consiga obter apoio de um cônjuge ou familiar mais rígido face a situações de chantagem, reforçando que adoptando esse comportamento manipulador, os pais não lhe dão o que ele quer. Por outro lado, é fundamental que a criança aprenda logo desde cedo que existem regras e obrigações e aquando da tentativa do uso deste mecanismo, deve-se ser firme e explicar a diferença entre pedir e exigir.
O que devem fazer os pais?
Deve-se explicar que não se deve manipular pois é ser “mau”. Ao associarmos que é um comportamento “mau”, ele vai começar a reestruturar a sua conduta, deixa de ser um método eficaz de conseguir o que deseja, e passa a ter um significado de “não vale a pena fazer pois é mau e os meus pais não vão dar o que quero”. Logo, extingue-se esse método e a criança passa a adotar a forma que os pais lhe ensinam. Deve-se explicar que ele não é mau, ele é uma criança muito boa e bonita, mas o comportamento que está a ter é mau.
Igualmente muito importante é, quando os pais explicarem o significado de mau, deverão também em seguida explicar como devia ter feito. Explicar que “se tivesses pedido ao pai ou mãe que querias o carro do menino porque gostaste muito e não o tivesses roubado, não tinhas sido mau, mas devias ter pedido ao pai,e se o pai pudesse comprava-te um parecido, e esse era teu.”
Dois conselhos:
- Antes de terminar a conversa com o seu filho, pergunte-lhe se percebeu o que você explicou. Caso ele diga que sim, peça que repita o que foi conversado. É muito importante que ele repita sem que você tenha que intervir, para ter a certeza que esse momento fica bem assimilado. Se ele conseguiu explicar bem, é porque se criaram ligações nervosas que vão contribuir para que adopte esse novo comportamento em situações semelhantes. Mais tarde, você pode começar a generalizar para situações semelhantes que o seu filho faça, dizendo “lembraste o que o pai (ou mãe) falou contigo naquela vez …?”
- Quanto mais tempo ele usar a chantagem, mais grave é a situação, ficando assim mais difícil modificar este comportamento. Contudo, será possível que tenha que repetir esta explicação mais que uma vez. Inclusive lhe diria, repita as vezes que sejam necessárias.