Clínica de Psicología em Lisboa

ITAD » Ciúme Fraterno

Ciúme Fraterno

O ciúme é um sentimento inato e adaptativo – ajuda-nos a estar alerta para possíveis rivais, com quem os que amamos possam partilhar o amor e o afeto. Por isso, é tão comum que as crianças que são filhas únicas se sintam ameaçadas com a chegada de um irmão, podendo manifestar sentimentos e emoções complexas, como raiva.

Ciúme Fraterno


É comum a criança não ver com bons olhos a chegada do irmão, com quem tem que partilhar a atenção, os afetos, o espaço e os seus brinquedos. A criança sente-se insegura e duvida do amor que os pais têm por ela.
Por outro lado, estudos comprovam que a relação fraterna requer competências sociais mais avançadas, nomeadamente estratégias de negociação, resolução de problemas, compromisso e respeito pela sua vez. Além disso, na relação com o irmão, a criança tem oportunidade de desenvolver valores como a liderança, a igualdade, o respeito e a diferença.

Quais as manifestações do ciúme fraterno?
As manifestações do ciúme fraterno variam de criança para criança. Algumas crianças podem ser mais comedidas nos seus comportamentos, enquanto outras podem mostrar mais claramente a sua revolta para com os pais e para com o irmão.
É comum que as crianças tentem captar a atenção dos pais para si, através de comportamentos agressivos face ao irmão, queixas frequentes junto dos pais (por exemplo, dores de barriga ou dores de cabeça) ou através do afastamento dos pais, recusando carinho e afeto. Outra manifestação que se verifica é a adoção de comportamentos regressivos, como a utilização de chupeta, do biberão, fazer xixi na cama, fala “abebézada”, quando esses comportamentos já se encontravam ultrapassados.

As birras e o mau comportamento também são frequentes. Por vezes, a criança pode mostrar um cuidado excessivo para com o irmão. Com esses comportamentos, a criança consegue disfarçar o ciúme e gerar o elogio por parte do adulto.

Como lidar com o ciúme fraterno?
A ajuda dos pais é essencial para que a criança aceite e compreenda que um irmão não significa a perda de benefícios e de regalias ou que os pais gostem menos dela. Seguem-se algumas estratégias que poderão ser tidas em conta, dependendo da idade da criança ou dos comportamentos que manifesta:
• Antes do nascimento do bebé, os pais devem preparar a criança para a chegada do irmão. Os pais deverão ter o cuidado de serem eles a contar à criança que vai ter um irmão, em vez de ser outra pessoa a contar. A chegada do irmão deve ser preparada ainda durante a gravidez. Pode ser atribuído à criança um papel ativo para que não tenha dúvidas acerca da sua importância para os pais e para que compreenda o seu papel no seio familiar. Por exemplo, pode ser pedida ajuda para escolher o nome do irmão, pedir para contar histórias ou cantar uma música para a barriga da mãe, ajudar na decoração do quarto do bebé, reforçando a importância que isso tem para o irmão, que precisará sempre da sua ajuda;
• Tentar integrar sempre a criança nas tarefas e atividades, reforçando ao seu papel de irmão mais velho e elogiando o seu esforço. Por exemplo, pedindo-lhe ajuda para mudar a fralda, dar-lhe biberão, ensinar-lhe a dizer algumas palavras;
• Salientar a sua importância na educação do irmão, elogiando e valorizando o seu papel;
• Incentivar a criança a verbalizar os seus sentimentos, mostrando sempre compreensão;
• Dependendo da sua faixa etária, dar-lhe alguns benefícios como irmão mais velho. Por exemplo deixá-lo ficar acordado até mais tarde, reservar um tempo só para ele e realizarem juntos atividades que sejam do agrado da criança.

Dra Raquel Baia
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo na Clínica do Itad em Lisboa
Clínica de Psicologia ITAD
Av. Almirante Reis nº59 1ºEsq 1150-011 Lisboa – Portugal
211 371 412 – 961 429 911