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Sistema de Símbolos Bliss

O Sistema de Símbolos Bliss foi o resultado do trabalho do austríaco Karl Blitz durante 20 anos. É indicado para pessoas com problemas de expressão oral e que tenham possibilidades de adquirir novas aprendizagens, por crianças e jovens com problemas de aprendizagem e indivíduos que não estão preparados para utilizar o alfabeto gramatical e que necessitam de um extenso vocabulário.

Sistema de Símbolos Bliss

O sistema de símbolos Bliss é um sistema simbólico gráfico-visual, não vocal, aumentativo ou substituto da comunicação e com ajuda, uma vez que necessita de algo externo ao indivíduo – uma tabela de símbolos. É formado por 100 símbolos básicos.

As tabelas de comunicação utilizadas são superfícies de madeira, acrílico, cartolina ou plástico onde são colocados os símbolos gráficos. Estes quadros são postos na frente do utilizador, para que este possa selecionar o símbolo que deseja, apontando com o dedo ou com o olhar.

Pode também ser utilizado um sistema informático, o que permite utilizar um vocabulário mais extenso e variado.

Pessoas com boas capacidades inteletuais são capazes de usar este sistema com grande habilidade, usando tabuleiros que podem apresentar entre 150 e 400 símbolos.

HISTÓRIA E DESENVOLVIMENTO DO SISTEMA

O sistema Bliss foi o resultado do trabalho do austríaco Karl Blitz durante 20 anos.

Nascido na Áustria foi enviado para um campo de concentração durante a 2ª Guerra Mundial. Conseguiu fugir para Inglaterra e mudou o nome para Charles Bliss.

Uma vez refugiado na China, constatou que, apesar de existirem vários dialetos não compreendidos por todos os chineses, a escrita era compreendida por todos. Devia-se tal ao facto deste tipo de escrita ser baseado em conceitos, representados por um conjunto de símbolos relacionados.

Descobriu assim uma forma de pôr em prática a sua ideia: elaborar um sistema baseado não em sons mas em significados.

Ainda que não fosse esse o seu objetivo, o seu sistema gráfico de símbolos foi o primeiro adotado na comunicação alternativa e aumentativa.

CARATERÍSTICAS DO SISTEMA

Composição e significação dos símbolos

Este sistema usa nove configurações que constituem a base para todos os símbolos.

Em relação à composição, os símbolos podem ser simples, quando os seus componentes não podem ser decompostos, ou compostos, constituídos por símbolos simples combinados para criar outro significado. Estes últimos podem ser sobrepostos, quando uns elementos são colocados por cima de outros; sequenciais, quando os elementos são colocados lado a lado; mistos, quando resultam da sobreposição e sequenciação ao mesmo tempo.

Os símbolos simples podem ser pictográficos, quando se parecem com aquilo que representam; ideográficos, se representam ideias; de dupla significação, se tanto podem ser considerados pictográficos como ideográficos; arbitrários, se a sua forma não tem uma relação convencional com o significado.

Como referência para a elaboração de cada símbolo, existe um quadrado. A linha superior corresponde à linha do céu, enquanto a inferior equivale à linha da terra. Acima da linha do céu, a uma distância de meio quadrado de referência, localizam-se os indicadores (sendo os mais usados os de plural, atributo, ação, passado, futuro).
Para alterar os significados, existem ainda símbolos designados por estratégias, como por exemplo, o símbolo de «oposição» ou «parte de», que podem ser combinados com os símbolos.

Organização da tabela

Os símbolos estão organizados da esquerda para a direita segundo a ordem sujeito-ação-complemento, de forma a facilitar a construção sintática da língua falada.

Existem seis categorias vocabulares, apresentando cada uma cor específica (o que torna a tabela mais atrativa, permite maior agilidade na seleção e facilita a memorização).

O símbolo, o seu contorno ou o seu fundo são, então, coloridos da seguinte forma:

– Amarelo – pessoas ou pronomes pessoais;
– Verde – verbos;
– Laranja – substantivos;
– Azul – adjetivos e advérbios;
– Rosa – expressões sociais;
– Branco – restantes símbolos (ex.: preposições, dias da semana).

Na parte superior da tabela está localizado o alfabeto e na parte lateral direita a numeração.

Cada símbolo tem como parte integrante a glosa, ou seja, a palavra correspondente ao significado.

Tamanho dos símbolos

Apesar das dimensões dos símbolos não serem rígidas, existem três medidas estabelecidas: 2 cm por 2 cm (para indivíduos que possuem boas capacidades visuais e que necessitam de um extenso vocabulário); 2,5 cm por 2,5 cm; 5 cm por 5 cm (pessoas com alguns problemas de visão ou para uma fase de iniciação no sistema, em que é necessário pouco vocabulário).

UTILIZADORES

É indicado para pessoas com problemas de expressão oral e que tenham possibilidades de adquirir novas aprendizagens (ex.: paralisia cerebral, deficiência mental surdos, afásicos, autistas e adultos com doenças degenerativas), por crianças e jovens com problemas de aprendizagem e indivíduos que não estão preparados para utilizar o alfabeto gramatical e que necessitam de um extenso vocabulário.

Pode ser usado por pessoas de qualquer faixa etária.

Antes de ser introduzido é necessário avaliar determinadas caraterísticas do indivíduo: capacidades cognitivas, nível de representação simbólica, discriminação visual (da forma, tamanho e orientação dos símbolos), capacidades motoras (necessárias para indicar o símbolo pretendido) e acuidade e compreensão auditiva e visual.

VANTAGENS

– Possibilita a interação com o meio;
– Permite um nível de expressão linguística muito elevado já que compreende elementos de ligação, flexão verbal, plural e concordância;
– Prevê a criação de novos símbolos, a partir dos já existentes (possibilita qualquer nível de conversação);
– Os símbolos pictográficos que o constituem facilitam a memorização do sistema;
– A utilização do quadro de vocabulário proporciona um constante reforço visual, o que facilita o desempenho do indivíduo;
– Pode ser usado por pessoas que não sabem ler e servir de base para a aprendizagem da escrita.
– Não há necessidade de uma função perfeita das mãos (os símbolos podem ser apontados de outras formas);
– Não precisa ser conhecido por interlocutores alfabetizados devido à existência da glosa.

DESVANTAGENS

– Ainda que relativamente simples não é passível de ser usado por todos os que necessitam de um sistema aumentativo ou alternativo;
– As combinações dos símbolos para expressar palavras que não constam da tabela (sem tradução em palavras) podem dificultar a comunicação com o interlocutor;
– O interlocutor tem de se adaptar e utilizar unicamente os símbolos disponíveis na tabela;
– Num nível mais avançado requer um bom nível de criatividade, tanto por parte do utilizador como por parte do interlocutor.

Obrigado pelo vosso interesse e espero ver-vos em breve na nossa clínica em Lisboa.

Dr. Sérgio Filipe Pereira – Psicólogo em Lisboa
Clínica de psicologia ITAD
Psicólogo, Terapeuta da Fala e Terapeuta Ocupacional
Psicóloga na Clínica do Itad em Lisboa
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