Controlo Oral
A importância do controlo oral em crianças com Paralisia Cerebral é fundamental por várias razões como vai poder verificar neste texto.
A Paralisia Cerebral é genericamente compreendida como um grupo de desordens do desenvolvimento do movimento e da postura que origina limitações na actividade, sendo estas concomitantes com alterações da sensação, cognição, comunicação, entre várias outras. Esta apresenta uma crescente incidência nos países desenvolvidos, podendo dever-se sobretudo à sobrevivência de recém-nascidos de baixo peso. Assim, torna-se importante para estas crianças uma intervenção realizada o mais precocemente possível e que envolva todo um conjunto de profissionais (médicos, terapeuta da fala, psicólogo, educador/professor, auxiliares de acção educativa, etc), bem como a família que desempenha um papel fundamental neste processo salientando-se que esta permite que os resultados conseguidos numa intervenção ecoem no tempo.
O papel de intervenção do terapeuta da fala em crianças com paralisia cerebral no controlo oral deve ser inicialmente o de ouvir o relato que a família e outros elementos importantes na vida da criança fazem, para que este possa compreender as dificuldades, avaliar e definir objectivos em comum.
Um dos problemas mais reportados aos terapeutas da fala devido à sua elevada incidência são os relacionados com a alimentação, devendo-se estas a alterações do movimento ao nível da motricidade oral, ocorrendo sobretudo ao nível do tónus, postura e do movimento dos órgãos fonoarticulatórios que comprometem o desempenho da criança. Assim, é fundamental ao terapeuta avaliar o momento da alimentação, para que possa identificar e definir as necessidades de intervenção. Deve então observar o/os cuidadores na hora da alimentação, de preferência no contexto habitual e com os utensílios habitualmente usados. Esta observação permite ao terapeuta identificar as necessidades e definir estratégias.
É frequente, a necessidade de assegurar que a criança com paralisia cerebral no controlo oral apresenta uma alimentação segura, eficiente e saudável, sendo fundamental a adopção de um posicionamento global adequado que auxilie o processo da alimentação da criança, sendo por vezes necessário também um controle adicional na parte oral. Os cuidadores de crianças com paralisia cerebral no controlo oral é também aconselhado pelo terapeuta a adoptar uma postura correcta durante o processo de alimentação facilitando assim a realização deste.
A estratégia da utilização do Controlo Oral pretende promover a estabilidade das estruturas orais, devendo o seu uso ser graduado até deixar de ser necessário. O controlo oral pode ser realizado de frente ou lateralmente, permitindo a interacção entre o cuidador e a criança, contudo este aspecto deve ser considerado pelo técnico e adequado a cada criança.
O controlo oral é aplicado com três dedos – o dedo indicador, o polegar e o médio. Um dos dedos é colocado debaixo do lábio inferior, permitindo controlar a abertura e o encerramento da boca. O segundo dedo é colocado debaixo e atrás do queixo, estabilizando a língua, o que facilita a deglutição e funciona como contra resposta à pressão exercida pela colher. O último dedo, que é colocado na articulação temporomandibular, permitindo corrigir um possível desvio desta.
Figura 1. Controle Oral aplicado do lado direito
Figura 2. Controle Oral aplicado de frente
Deve ser sempre explicitado aos cuidadores a importância e a funcionalidade desta técnica, dado que além da sua utilização na alimentação pode ser também introduzida na actividade da Higiene Oral, extremamente importante para prevenir o aparecimento de cáries e doenças nas gengivas.
Clínica de psicologia e de terapia da fala ITAD
Terapeuta da Fala na Clínica do Itad em Lisboa
Clínica de Terapia da Fala ITAD
Rua Professor Fernando da Fonseca nº 8A, 1600-616 Lisboa
211 371 412 – 961 429 911