Depressão na Infância e Adolescência
Depressão na Infância e Adolescência
A Depressão na Adolescência é um transtorno mental, causado por uma interação de fatores biológicos, sociais e psicológicos. Este transtorno pode surgir em todas as idades, no entanto a adolescência é um período de maior risco, especialmente para as mulheres.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o mesmo critério de diagnóstico utilizado para os distúrbios afetivos no adulto, pode ser também usado na criança. Este inclui o humor disfórico ou perda de interesse ou prazer, juntamente com 4 dos 8 sintomas seguintes: alteração do apetite, dificuldades no sono, agitação ou retardação psicomotora, perda do interesse ou prazer em atividades usuais, perda de energia, sentimento de auto reprovação ou culpa, queixa ou evidência de diminuição da capacidade de concentração, pensamento recorrente de morrer ou suicídio.
Na criança, a depressão infantil é feita de muitos fragmentos, os equivalentes depressivos podem ter expressão em perturbações como: as funcionais, alimentares e de sono (insónias, hipersónia, anorexia, bulimia); esfinterianas (enurese, encoprese); queixas somáticas (dores de cabeça, dores abdominais, vómitos, etc., sem causa médica conhecida); de aprendizagem escolar; de comportamento. As queixas de comportamento são comuns em crianças deprimidas, bem como os comportamentos agidos (instáveis, hiperativos), resultado de uma não mentalização do seu sofrimento psíquico, pode estar presente uma ansiedade de separação ou outros medos. A depressão, na fase da adolescência, pode também estar presentes sintomas como o retraiamento das atividades sociais e/ou relutância em participar nas atividades familiares.
São crianças e jovens com dificuldades em gerir os seus impulsos (libidinais ou agressivos), estando estas desprovidas de um alvo para a sua descarga, uma vez que não existe um objeto que lhes dê prazer, há portanto, a perceção da perda de objeto de amor, o que leva a que muitas destas crianças e adolescentes se agarrem a um adulto que delas se aproxime, como se estivessem na tentativa de recuperar o objeto perdido. O facto de estes sintomas poderem desaparecer, por exemplo com o retorno da mãe, após um período de separação, não quer dizer que não deixem marcas na criança e no adolescente.
A criança e adolescente deprimida é ávida de um bom objeto, no Eu da criança em sofrimento depressivo são características constantes, a esperança do prazer, bem como o desejo de um “encontro” objetal. Está, no entanto, presente o medo do outro, em que o objeto deverá ser disponível, presente, de modo a ser possível uma reparação do Eu da criança e adolescente.
Perante este medo do insucesso de uma nova experiência, há tendência para uma inibição relacional, podendo haver uma aparente indiferença ou uma provocação hostil face ao adulto, ou ainda um olhar intenso, ávido, sedutor, logo seguido de uma retirada defensiva.
Sintomas de depressão nas crianças e adolescentes:
• Cansaço constante
• Alteração do apetite
• Irritabilidade
• Perda do prazer em atividades usuais
• Perda de energia
• Sentimento de auto reprovação
• Diminuição da capacidade de concentração
• Retraimento das atividades sociais e familiares
• Ideação suicida
• Queixas somáticas
• Alterações de sono
• Dificuldade no controlo dos esfíncteres
• Choro frequente
• Isolamento
Estas características diferem de acordo com a criança e adolescente e com a idade deste. Deve-se ter em conta a duração dos sintomas bem como a gravidade e a sua implicação na vida quotidiana da criança e adolescente.
Efetivamente, existem “dores” necessárias do desenvolvimento, não obstante a existência de profundas mudanças de humor e/ou comportamento podem ser alertas de uma problema grave como a Depressão na Infância e Adolescência.
Como lidar com a Depressão na Adolescência:
• Seja presente e paciente. Converse com o adolescente, ofereça-lhe o seu apoio. Não o sobrecarregue com perguntas, mas mostre que está interessado em o ouvir.
• Evite repreensões. Valide os sentimentos. Não critique nem julgue. Crie empatia, reconhecendo a dor experimentada pela depressão na adolescência.
• Ajude a estabelecer objetivos realistas. Diminuirá os sentimentos de fracasso, e aumentará a autoconfiança.
• Estimule os pensamentos positivos.
• Promova o entendimento racional sobre os sentimentos.
• Mantenha a comunicação aberta. A comunicação é extremamente importante para manter um relacionamento saudável, mantenha-se interessado nas suas atividades e interesses.
• Fale sobre a depressão. Dialogue de forma aberta e racional.
• Incentive a adoção de um estilo de vida saudável. Dormir 8 a 9 horas, praticar uma dieta equilibrada, realizar exercício físico pois quando nos exercitamos, o corpo libera endorfina, o que provoca uma sensação de felicidade.
• Procure ajuda profissional, de forma a haver um diagnóstico, o mais precocemente possível, e desta forma a criança e ou adolescente possa beneficiar do auxílio de que necessita.
• Faça parte integrante do processo terapêutico. Leva a criança ou jovem à consulta, procure dialogar sobre a mesma. Apoie-a!
“A depressão infantil espelha-se nos olhos tristes da criança”. Se todas as pessoas olhassem com mais atenção para os olhos dos filhos, ou dos meninos com quem se cruzam na rua, talvez pudesse haver menos lágrimas na inocência…” Ferreira (2000)
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