Mnemónicas
Uma mnemónica é um auxiliar de memória. Ainda que as mnemónicas possam ser verbais, ou não verbais (gestos, imagens) as primeiras são mais frequentes. Centram-se no facto de a mente humana guardar mais facilmente dados organizados segundo uma lógica que aqueles que não têm sentido.
Na aprendizagem e na retenção de conhecimentos costumam ser uma preciosa ajuda, pelo que em baixo são sugeridas algumas mnemónicas úteis a diferentes faixas etárias.
Associação dos fonemas (sons) a onomatopeias
A (aberto) – grito; e (aberto) – festa/ vitória; i – rato; o (aberto) – espanto; u – fantasma; b – bomba; s – cobra; f – gato eriçado/ a arranhar; j – helicóptero; m – vaca; R – leão; v – vento; x – chuva/ mandar calar; z – abelha.
Associação grafema-imagem
B – cada “barriga” do B pode ser associada a uma bochecha já que estas se enchem durante a produção do fonema (“B das bochechas”); o – pode ser associado à configuração da boca (redonda) enquanto o mesmo é produzido; l – na sua produção a pontinha da língua sobe, bate e recua atrás dos dentes de cima, pelo que a configuração alta e esguia da língua quando se eleva para alcançar os dentes pode ser associada ao grafema; t – a letra tem um traço horizontal que pode ser associado a um telhado, sendo que telhado começa por “t”; m – a sua configuração assemelha-se a montanhas, sendo que esta palavra se inicia por “m”; s – aquando de imprensa assemelha-se a uma cobra cuja onomatopeia é o som “sssss”; ç – o grafema “c” quando tem cedilha assemelha-se a um “s”, pelo que se diz que o primeiro se mascara do segundo a fim de tomar o nome deste; q – chamar-lhe “q de 9” devido à sua similaridade com este número.
Vogais nasais
Uma vez que estas vogais saem também pelo nariz, têm frequentemente um “n” de nariz ou um “bigode” (~) (que também está situado junto ao nariz).
Pares de fonemas surdos vs sonoros
Para distinguir os pares de fonemas que diferem apenas no vozeamento, é apenas necessário memorizar ou verificar para qual membro do par se sente “coceguinhas” na garganta, bastando, para tal, colocar os dedos nesta e sentir se existe ou não vibração das cordas vocais. Nos pares que se seguem o segundo elemento apresentado é aquele onde se se “verificam” as referidas “coceguinhas”: “x/ch” e “j”, “s” e “z”, “f” e “v”, “t” e “d”, “c/q” e “g”, “p e b”. A distinção destes é útil na fala e na escrita, contribuindo bastante para a diminuição dos erros ortográficos.
Lh vs nh
Existem várias formas de os distinguir. Uma delas consiste na aproximação sonora do “lh” ao “l” e do “nh” ao “n”, outra na associação do “nh” ao conhecido “nhamnhamnhamnhamnham” de quando brincamos com alguém e uma última na memorização dos pontos de articulação de ambas, correspondendo assim o “nh” a uma configuração da boca diferente da do “lh”.
Ão vs am
Para se identificar se uma palavra termina em “ão” ou “am” basta ver qual é a sua sílaba tónica (podendo-se, para tal, chamar a palavra como se de um nome de pessoa se tratasse e ver aquela em que se demora mais tempo – exs.: “camarãããão”, “comeeeeeram”). No caso da sílaba tónica ser a última, a palavra escreve-se com “ão”, se for qualquer uma das outras escreve-se com “am”.
Sse vs -se
Para se identificar se uma palavra termina em “sse” ou “-se” basta ver qual é a sua sílaba tónica (podendo-se, para tal, chamar a palavra como se de um nome de pessoa se tratasse e ver aquela em que se demora mais tempo). No caso da vogal tónica ser a que está antes do som “s” significa que a palavra não se parte uma vez que essa vogal, como é forte, tem força para segurar a palavra. No caso da vogal que antecede o som “s” não corresponder à tónica, significa que é uma vogal “fraca” e como tal a palavra parte-se junto dela (ex.: comesse e come-se).
Número-imagem
Para se memorizar os números até 10 pode-se cantar a seguinte música gestualizada (enquanto se observa as configurações dos mesmos e respetivo desenho):
O 1 parece um pau (colocar as duas mãos em punho e lado a lado na linha média e a afastá-las cada uma para o respetivo lado),
O 2 parece um pato “quá” “quá” (fazer com a mão um bico de pato na boca e abri-lo e fechá-lo),
O 3 é um coração “pum pum” (colocar a mão no coração e simular os batimentos cardíacos).
O 4 é uma cadeira (fingir que se senta),
O 5 é uma maçã “mnhammnham” (fingir que se come),
O 6 é um balão (soprar pela mão em punho que está junto à boca).
O 7 é uma antena (levantar o braço),
O 8 é um boneco de neve (abraçar o tronco como se se tivesse frio).
O 9 é um ninho para o passarinho (balançar os braços como se se embalasse um bebé),
O 10 é um prato (desenhar um círculo com o indicador) com um guardanapo (fingir que se limpa a boca).
Dra. Sónia Rosado
Terapeuta da Fala do ITAD
Clínica de psicologia e terapia da fala em Lisboa
Rua Professor Fernando da Fonseca nº 8A, 1600-616 Lisboa– Portugal
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